Procissão do Fogaréu Encanta Goiás Desde 1745
- 15/04/2025
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Na calada da noite, quando o relógio marca exatamente meia-noite da Quarta-Feira Santa, as luzes da da antiga capital do estado — se apagam. Um silêncio solene toma conta das ruas de pedra, interrompido apenas pelo som grave dos tambores e o estalar dos pés descalços no chão. É o prenúncio de um dos rituais mais impressionantes da religiosidade brasileira: a Procissão do Fogaréu.
Realizada ininterruptamente desde 1745, essa tradição secular mistura fé, arte, história e simbolismo. Importada da Península Ibérica pelo padre espanhol João Perestrello de Vasconcelos Spíndola, a cerimônia é inspirada em antigas encenações medievais portuguesas e espanholas que recontavam, de forma dramática, os últimos momentos de liberdade de Jesus Cristo.
O cenário é digno de um espetáculo cênico cuidadosamente elaborado. Quarenta homens encapuzados, chamados de farricocos, vestidos com túnicas coloridas e capuzes pontiagudos, representam os soldados romanos que, segundo a tradição cristã, prenderam Jesus. Eles percorrem as ruas estreitas do centro histórico carregando tochas acesas — os “fogaréus” — em um desfile ritual que recria a perseguição e prisão de Cristo.
O trajeto da procissão tem início na Igreja da Boa Morte e passa pelas igrejas do Rosário e de São Francisco de Paula, onde acontece o clímax da encenação: o encontro simbólico com Jesus, representando o momento de sua prisão no Monte das Oliveiras, após a Última Ceia. A cidade inteira se transforma em palco e plateia, unindo fiéis, moradores e turistas em uma atmosfera de introspecção, reverência e beleza estética.
A Procissão do Fogaréu não é apenas uma representação da dor e da esperança cristã. É também uma poderosa demonstração de identidade e tradição de um povo que, há quase três séculos, mantém acesa a chama da devoção — e transforma a noite em luz.
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